Inclusão digital é Inclusão Cultural
Cintia Amaro Damasceno, Christiano Correia e Isadora CamargoPesquisa divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) mostrou que 49% dos usuários da internet acessam a rede em lan houses. Essas espécies de lojas, onde o cliente paga pelas horas em que ficar conectado seriam, segundo a pesquisa, o principal ponto de acesso das pessoas de baixa renda. Em Ponta Grossa, só na região central, existem cerca de dezesseis estabelecimentos como esses. | Na lanchonete da Rodoviária é possível utilizar rede Wi-fi livre |
A situação do Telecentro da Casa Brasil, que simplesmente parou de funcionar, é um agravante da dificuldade de acesso à internet. No entanto, dados revelam que apenas 6% das pessoas utilizam internet através de Telecentros.
Além disso, Vitor Hugo Gonçalves, delegado da Conferência de Cultura de Ponta Grossa, diz que os telecentros são subutilizados como lan-houses: “esses espaços precisam servir como local de desenvolvimento social e intelectual, não dá simplesmente para pensar que o Telecentro da extinta Casa Brasil seja uma lan-house”, destaca.
Problemas em relação à disponibilidade de internet livre nas comunidades prejudicam os usuários do contato com hibridismos culturais, que passam pela tecnologia e que, ao mesmo tempo, também se instituem pela presença dos suportes técnicos.
O jornalista Ben-Hur Demeneck considera o debate da tecnologia maciçamente cultural. “É estratégico o investimento em inclusão digital para que camadas da população que estão fora da sociedade da informação possam atuar na ‘atualidade’, ter oportunidades de se orientarem e intervirem em sociedades tão cifradas e velozes como a que vivemos”, destaca. É por isso que o acesso à internet muda a experiência cultural, tanto na produção, como no acesso e na critica.
Enquanto o poder público não se articula para assumir, de fato, a viabilização do acesso igualitário à internet para a população, blogueiros e participantes das redes sociais são sujeitos cruciais para promover o debate em favor da inclusão digital em suas respectivas cidades, a partir da intervenção com slogans, postagens e atos políticos em favor de tais demandas, que são cada vez mais culturais e políticas.
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