Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

domingo, 2 de janeiro de 2011

INCLUSÃO DIGITAL

Inclusão digital é Inclusão Cultural

Cintia Amaro Damasceno, Christiano Correia e Isadora Camargo
Pesquisa divulgada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) mostrou que 49% dos usuários da internet acessam a rede em lan houses. Essas espécies de lojas, onde o cliente paga pelas horas em que ficar conectado seriam, segundo a pesquisa, o principal ponto de acesso das pessoas de baixa renda. Em Ponta Grossa, só na região central, existem cerca de dezesseis estabelecimentos como esses.internet1-02-01-11.jpg
Na lanchonete da Rodoviária é possível utilizar rede Wi-fi livre


A situação do Telecentro da Casa Brasil, que simplesmente parou de funcionar, é um agravante da dificuldade de acesso à internet. No entanto, dados revelam que apenas 6% das pessoas utilizam internet através de Telecentros.

Além disso, Vitor Hugo Gonçalves, delegado da Conferência de Cultura de Ponta Grossa, diz que os telecentros são subutilizados como lan-houses: “esses espaços precisam servir como local de desenvolvimento social e intelectual, não dá simplesmente para pensar que o Telecentro da extinta Casa Brasil seja uma lan-house”, destaca.

Problemas em relação à disponibilidade de internet livre nas comunidades prejudicam os usuários do contato com hibridismos culturais, que passam pela tecnologia e que, ao mesmo tempo, também se instituem pela presença dos suportes técnicos.

O jornalista Ben-Hur Demeneck considera o debate da tecnologia maciçamente cultural. “É estratégico o investimento em inclusão digital para que camadas da população que estão fora da sociedade da informação possam atuar na ‘atualidade’, ter oportunidades de se orientarem e intervirem em sociedades tão cifradas e velozes como a que vivemos”, destaca. É por isso que o acesso à internet muda a experiência cultural, tanto na produção, como no acesso e na critica.

Enquanto o poder público não se articula para assumir, de fato, a viabilização do acesso igualitário à internet para a população, blogueiros e participantes das redes sociais são sujeitos cruciais para promover o debate em favor da inclusão digital em suas respectivas cidades, a partir da intervenção com slogans, postagens e atos políticos em favor de tais demandas, que são cada vez mais culturais e políticas.
Fonte: http://www.portalcomunitario.jor.br/news.php?item.1841.92

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