Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

sexta-feira, 16 de março de 2012

"Escola não é Circo Professor não é Palhaço" mesmo!!!



Respeitável público, gostaria de pedir-lhes que NÃO COMPARTILHEM este folder por aí... pois é de uma infelicidade tremenda, fora o preconceito... Sabem por que? 

Como um humilde palhaço "amador" que sou em comunidades ribeirinhas da Amazônia e dos interiores deste Brasilzão, consigo ver e ler com meus próprios olhos a precariedade das escolas públicas e a falta de AMOR, de ALEGRIA e de ENTREGA de professores(até com o 2º maior salário do Brasil - os do Amapá - maior do que os de um palhaço, por certo), salvo raríssimas exceções... ainda bem que essa ESCOLA que tá aí posta não é CIRCO mesmo, nem seus ocupantes-adultos, em sua grande maioria, merecem o nobre e honroso título de PALHAÇO, que tem a arte de educar sorrindo e fazendo sorrir... por amor aos pequenos, em primeiro lugar!!! 

"Escola não é circo" mesmo, nem nunca será... mas há Circo-Escola por aí e acolá, com PALHAÇOS mais do que professores, verdadeiros EDUCADORES populares, educador como bem ensina o mestre maior da educação brasileira, nosso Paulo Freire... enfim, como diz aquele "poeta": "ado ado ado, cada um no seu quadrado", meu caro".

E, não nos esqueçamos nunca das lições do nosso mestre cartunista e escritor Ziraldo, em recente entrevista a jornal aqui de Brasilia: "A escola é para ensinar você a ler" (que aconselho a leitura http://comunidade.maiscomunidade.com/conteudo/2012-03-10/educacao/3864/A-ESCOLA-E-PARA-ENSINAR-VOCE-A-LER.pnhtml#Scene_1). E lhes digo, muitas, nem isso o fazem... estamos cheios de analfabetos funcionais por aí e acolá!!!

Portano, mais respeito à arte circense. Vamos parar de colocar a culpa e o mal do mundo(políticos, des-governantes, des-governos) nesse ser mágico que é o nosso Palhaço, que atualmente só tá perdendo pra mãe do juiz de futebol!!! Ah, coitada!!!! kkk 

Escolas, Professors, Circos, Palhaços cada um tem o seu papel importante na formação de um ser humano, diverso, multidisciplinar e inteiro!!! Todos devem lutar por melhores condições de trabalho e de vida, sem que para ísso precise menosprezar(oprimir) outro trabalhador, das artes, da educação, da vida!!!

Pronto, falei, uffaaa!!! kkk


abçs fraternos,

Jonas Banhos
Palhaço Ribeirinho
mochileirotuxaua.blogspot.com
barcadasletras.blogspot.com
face jonas banhos
twitter @jonasbanhos

quinta-feira, 15 de março de 2012

“Se eu fosse branca, seria mais fácil?”, por Aline Matos

PEQUENAS REFLEXÕES SOBRE A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL NO COTIDIANO DO ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL
Temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades. Boaventura de Sousa Santos.
Sou educadora social e advogada, atuante nas áreas de Infância e Juventude, Raça/Etnia, dentre outros. Aliás, Direitos Humanos é uma colcha de retalhos, na qual os direitos se relacionam e são interdependentes, portanto, nós sempre atuamos com diversas questões e é bom trazer esse conceito na lembrança. Coordenei o Projeto Defendendo o Direito à Convivência Familiar (PDDCF) da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, no qual buscamos compreender melhor as razões que determinam e/ou mantinham o acolhimento institucional, através da escuta de familiares, crianças, adolescentes, familiares e integrantes das equipes técnicas dos SAIs, além da análise dos autos dos procedimentos verificatórios[2][3]. Percebeu-se, em diversos casos, a associação de variados fatores como a do empobrecimento, gênero, raça/etnia. Através deste percurso, aqui resumido, conheci o Instituto Fazendo História, parceria agradabilíssima, que apoia a iniciativa do acolhimentoemrede, espaço de conhecimento e elaboração de práxis.
Este pequeno texto, aliás, tem um propósito maior do que ele, portanto é ousado e espero que consigamos alcançá-lo de algum modo, que é provocar a reflexão sobre a temática étnico-racial nos serviços de acolhimento institucional, com ênfase na população negra. Sendo provocativo, dará mais elementos para a reflexão d@s leitor@s e menos respostas e espera ser apenas o início de uma jornada contínua na busca de conhecer, refletir e enriquecer a práxis.


segunda-feira, 12 de março de 2012

Ciberterroristas ou ativistas pela transparência? Documentário desvenda grupo hacker Anonymous

mocinho ou bandido?


por Luciana Borges - 8 de março de 2012
Membros do grupo de hackers Anonymous em aparição nos Estados UnidosMembros do grupo de hackers Anonymous em aparição nos Estados Unidos

Escondido por trás de uma máscara, o personagem de Hugo Weaving em "V de Vingança" arma todo um esquema para derrubar um governo totalitário, que chegou ao poder na Inglaterra através do medo da população. Agindo contra as leis, ele faz justiça com as próprias mãos e incute na sociedade a semente da indignação de quem também não queria continuar vivendo daquele jeito.

O diretor do documentárioO diretor do documentário
+ JamesFrancoTV.com: conheça o site que traz fotos e vídeos experimentais de James Franco

Na vida real, a máscara de V, o vingador da ficção contada pelos irmãos Wachowski, também está sendo usada como símbolo de rebeldia. Ela se tornou marca do grupo de hackers que se auto-intitula Anonymous, e que se tornou famoso no mundo todo por seus ataques à instituições como forma de protesto ideológico. Entre os sites que já saíram do ar por causa deles estão o do FBI e as páginas de vários bancos brasileiros. E justamente por considerar o "hacktivismo" uma nova forma de manifestação cultural, o diretor Brian Knappenberger, de 41 anos, resolveu retratar a maneira como eles agem em um documentário com depoimentos que mostram a lógica de funcionamento desse "time".

Em "We Are Legion: The Story of the Hacktivists" alguns hackers integrantes do grupo chegam até a mostrar o rosto. A produção apresentada no Slamdance Festival, em Utah, em 2011, tem como mérito contar a história de uma manifestação que é absolutamente atual e que ganhou maior visibilidade após os protestos do Occupy Wall Street, em Nova York, apesar de já estar atuando há algum tempo. 

Para Knappenberger, a maneira como o grupo age pode até não ser uma grande novidade, mas o momento histórico em que estamos faz com que seu poder de atuação seja amplificado e, por isso, o impacto de seus atos é maior. "O Anonymous é uma nova forma de cultura muito, muito poderosa. Muitas coisas não são novidade, hacking não é novidade, nem o hacktivismo. A desobediência civil tem uma longa tradição no mundo, mas se você combinar tudo isso com um número cada vez maior de pessoas online nos últimos dez anos, temos uma cultura nunca vista!", disse ele recentemente ao jornal "Folha de S. Paulo". 
Pôster de divulgação do filmePôster de divulgação do filme
ALÉM DA OCCUPY WALL STREET

Mesmo tendo recebido elogios de publicações como a revista americana "Wired", por exemplo, o filme não tem ainda garantia de distribuição e, portanto, não se sabe se algum dia chegará a ter seus 93 minutos exibidos no Brasil. Segundo o próprio diretor, muita gente em Hollywood que poderia ajudar o documentário a alcançar um público maior não quer se envolver. Até porque os polêmicos ataques do Anonymous continuam. 

O mais recente deles, segundo o próprio grupo divulgou em nota na última quarta-feira (7), teria derrubado o site da Santa Sé, endereço oficial do Vaticano. A explicação para mais essa ação está publicada no blog oficial do Anonymous em italiano: "São retrógrados, um dos últimos bastiões de uma época felizmente ultrapassada", escreveu o grupo, que reforçou ainda que essa atitude não era uma manifestação contrária à religião cristã, mas uma represália à corrupta Igreja Católica. 

Quem ficou curioso, vale dar uma olhada no trailer abaixo e também começar a tomar partido deste debate: o filme faz propaganda de ciberterroristas ou de anônimos que pedem por mais transparência nos governos?


Fernando Sardo, um luthier, um multinstrumentista, um arte-educador engajado que (en)canta!!!





Fernando Sardo é músico multi instrumentista, compositor, artista plástico, lutier e artista educador. Constrói instrumentos, esculturas sonoras e instalações musicais que podem ser encontrados em diversos parques e espaços culturais no Brasil e no exterior. Ao longo de sua carreira, já participou de várias trilhas sonoras para cinema, dança e teatro, e diversas exposições (individuais e coletivas) em espaços culturais e instituições. Seu trabalho diverso assim como seus projetos de arte-educação podem ser encontrados e foram desenvolvidos no Brasil e exterior.

Desde 1989, ele ministra oficinas de música e luteria, que fazem parte de um trabalho artístico e social que aponta para a democratização da cultura e da educação. Nelas, o público tem a oportunidade de construir e tocar seus próprios instrumentos e também aprender sobre música e ecologia, um incentivo à criatividade, à crítica e à reflexão. 


Seu trabalho é fruto de uma pesquisa, iniciada em 1980, em música e luteria étnica de diversas épocas e culturas distintas e só se fez possível devido ao caráter cosmopolita da metrópole paulistana. A partir daí, construiu mais de 100 instrumentos musicais com matérias primas alternativas e esculturas sonoras. Esta pesquisa caracteriza as suas composições musicais que contém uma grande variedade de timbres e sonoridades.


Possui seis CDs gravados. Destes, quatro com o grupo Ya Nur, um com o grupo GEM, e um solo. Atualmente 
faz apresentações musicais e exposições em diversos espaços públicos e privados, nos SESC, por todo Brasil. Em 2008 esteve na 28ª Bienal de São Paulo com a instalação sonora Dessintetizador e o grupo GEM, sendo pioneiro em apresentações musicais dentro da Bienal de Artes Plásticas de São Paulo.

10 questões para entender Clarice Lispector

10 questões para entender Clarice Lispector

Saiba mais sobre a escritora que mudou a forma de narrar da literatura brasileira


Clarice Lispector é uma das autoras brasileiras mais lidas e comentadas em todo o mundo
Ao lado de Caio Fernando Abreu, Arnaldo Jabor, Luis Fernando Verissimo e alguns outros nomes, ela é uma das autoras mais citadas nas redes sociais, com frases atribuídas a ela que, na maioria das vezes, nunca foram ditas. Clarice Lispector, que faria 91 anos no próximo dia 10 de dezembro é, sem dúvida, um sucesso de público. Mas esse público realmente conhece a sua obra? E você, conhece a obra dessa escritora, que já foi comparada a Virginia Woolf e Franz Kafka?

Para lembrar o aniversário de nascimento de Clarice, conversamos com duas especialistas que - essas sim - conhecem a obra da escritora com profundidade. Ambas são autoras de teses de doutorado que tiveram como tema central justamente a obra de Clarice Lispector. "Clarice inaugura a prosa introspectiva no Brasil, deixando de lado os acontecimentos exteriores para privilegiar sensações e impressões", afirma Suzana Sá Klôh, professora da Universidade Católica de Petrópolis e autora do trabalho intitulado "Clarice Lispector e o narrar-se". "Clarice tem uma grande capacidade de transmitir através das palavras o mundo além dos aspectos sensíveis", completa Mona Lisa Bezerra Teixeira, autora do trabalho "Imagens da infância na obra de Clarice Lispector".

Leia abaixo dez questões fundamentais para entender a obra de Clarice Lispector. E, depois, não deixe de ler (ou reler) os livros de Clarice. Boa leitura!






10 dicas para incentivar o seu filho a ler

Conheça atividades simples - e baratas! - que podem transformar seu filho em um pequeno grande leitor


Foto: Dreamstime
Foto: Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
"Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro." O relato é de Lygia Bojunga. Quando criança, ela fazia do livro um brinquedo. Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela literatura.

Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.

"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.

Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela.

Leia a seguir dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor: