FOLIA DE REIS E REISADO
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Durante 12 dias, a partir do natal - até 6 de janeiro-, o Alferes da Folia, chefe dos foliões, pode bater à sua porta a qualquer momento, de manhãzinha, seguido dos palhaços do Reisado e de seus instrumentos barulhentos.
Vai despertar quem estiver dormindo, pedir pemissão para entrar, tomar café e recolher dinheiro para a Folia de Reis, uma festa popular de origem portuguesa que ainda sobrevive em cidadezinhas brasileiras. Vai oferecer uma bandeira colorida, enfeitada com fitas e santinhos, enquanto, do lado de fora, os palhaços vão dançar ao som do violão, do pandeiro, do cavaquinho, recitando versos.
Esta festa comemora o nascimento de Cristo. Seu enredo lembra a viagem que os três reis magos - Baltazar, Belchior e Gaspar - fizeram a Belém para encontrar o Menino Jesus. Os palhaços, vestidos a caráter e cobertos por máscaras, representam os soldados do rei Herodes, em jerusalém. Os foliões abrem alas com uma bandeira, que - dizem!- é abençoada e protege das más influências.
Depois de 12 dias de jornada, o dinheiro arrecadado é gasto em comes e bebes para todos.
O Reisado é uma das pantomimas folclóricas mais ricas e mais apreciadas, principalmente no Nordeste. Faz parte do repertório das Festas Jesuínas, e é apresentado de 24 de dezembro a 6 de janeiro, isto é, pelo Natal, Ano Bom e Reis.
É formado por um grupo de foliões, de pastores e pastoras que se reúnem numa espécie de rancho, com o fim de visitar as casas das pessoas mais gradas e hospitaleiras da região, a cantar e a dançar.
O reisado apresenta diversas modalidades e compõe-se de várias partes:
a) abrição da porta; b) entrada; c) louvação ao Divino; d) chamadas do rei; e) peças de sala;
f) danças; g) a guerra; h) as sortes; i) encerramento da função.
Tem como principais personagens: o rei, o mestre, o contramestre, Mateus, Catarina, figuras e moleques.
É formado por um grupo de foliões, de pastores e pastoras que se reúnem numa espécie de rancho, com o fim de visitar as casas das pessoas mais gradas e hospitaleiras da região, a cantar e a dançar.
O reisado apresenta diversas modalidades e compõe-se de várias partes:
a) abrição da porta; b) entrada; c) louvação ao Divino; d) chamadas do rei; e) peças de sala;
f) danças; g) a guerra; h) as sortes; i) encerramento da função.
Tem como principais personagens: o rei, o mestre, o contramestre, Mateus, Catarina, figuras e moleques.
Indumentária:
Rei - culote até os joelhos, terminado por franjas, blusa de cetim de cor diferente com mangas compridas; no peito, espelhinhos; manto de cetim dourado que cai até os joelhos; coroa de ouro, cetro.
Mestre - chapéu de palha, forrado de cetim, de aba dobrada na testa (como usam os cangaceiros) adornado com muitos espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais; da parte não dobrada da aba pendem fitas compridas de cores variadas, saiote de cetineta até a altura dos joelhos, de cores vivas, com grega de galões largos; por baixo saia branca, com dois ou três babados; blusa, peitoral e capa.
Contramestre - idêntica à do Mestre, porém menos pomposa.
Mateus - paletó e calça de brim com placas de remendos, alpercatas de couro cru, chapéu de palha enfeitado com espelhinhos e franjas, penduricalhos ao peito, como se fossem medalhas, cantil e bornal a tiracolo; pandeiro, espingarda de bambu.
Catarina (palhaça) - roupa de tecido xadrez, de maneira a lembrar um palhaço.
Figuras - trajes idênticos ao do mestre, porém mais pobres e mais simples.
Rei - culote até os joelhos, terminado por franjas, blusa de cetim de cor diferente com mangas compridas; no peito, espelhinhos; manto de cetim dourado que cai até os joelhos; coroa de ouro, cetro.
Mestre - chapéu de palha, forrado de cetim, de aba dobrada na testa (como usam os cangaceiros) adornado com muitos espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais; da parte não dobrada da aba pendem fitas compridas de cores variadas, saiote de cetineta até a altura dos joelhos, de cores vivas, com grega de galões largos; por baixo saia branca, com dois ou três babados; blusa, peitoral e capa.
Contramestre - idêntica à do Mestre, porém menos pomposa.
Mateus - paletó e calça de brim com placas de remendos, alpercatas de couro cru, chapéu de palha enfeitado com espelhinhos e franjas, penduricalhos ao peito, como se fossem medalhas, cantil e bornal a tiracolo; pandeiro, espingarda de bambu.
Catarina (palhaça) - roupa de tecido xadrez, de maneira a lembrar um palhaço.
Figuras - trajes idênticos ao do mestre, porém mais pobres e mais simples.
Inicia-se o folguedo com o rei seguido do mestre e do contramestre e acompanhado de meninos que trazem grandes candeias de querosene, conduzindo o reisado. Atrás seguem os dançadores de entremeios, com baús cheios de máscaras e trajes. Entoam marchas ao som de violas, harmônicas, maracás, rabeca, pandeiros e vão em demanda das casas onde celebram sua função.
Abrição da porta: O mestre dirige a evolução do episódio por meio de apitos. Canta-se e dança-se com volteios altivos e elegantes. O reluzir dos espelhos e das lantejoulas produz grande efeito pictórico. Mateus vai aboiando dando uma nota de comicidade à função. Terminam pedindo licença para entrar.
Entrada: Entram os tocadores, criando animação, seguidos do rei, do mestre, do contra-mestre e das figuras, portando-se todos com garbo e imponência. Cantam a peça da entrada e fazem elogios ao dono da casa. Executam marchas e contramarchas em ritmo ligeiro e com passos arrastados.
Louvação ao Divino: O reisado dirige-se ao presépio ou à capela da casa visitada. Ajoelham. Cantam em louvação ao Divino, ao som da música, mas os maracás são abafados com as mãos para produzir um som surdo. Voltam à sala. O rei ocupa o trono. As figuras colocam-se em duas filas. Realizam-se, então, os entremeios, os episódios de guerra e as embaixadas. O mestre dirige a peça.
Chamadas do rei: Ao fim de uma peça, ou de um entremeio, o rei levanta-se do trono, chama o mestre e com ele cruza sua espada, em ressoantes entrechoques, enquanto estabelece com ele uma série de embaixadas.
Peças de sala: Antes e depois das embaixadas, são cantadas e dançadas as peças de sala. Estas são críticas, comentários, sátiras sobre fatos ou acontecimentos ligados à vida de pessoas ou do povo da região.
Danças: As danças são numerosas e variadas, como, por exemplo, a dança do gingá com o entremeio da mamãe velha.
Neste, como 1º passo, os figurantes acocoram-se e balançam e remexem os traseiros para os lados;
2º passo (da máquila): é um passo também exibido nos guerreiros e caboclinhos. Sua execução é muito bonita e consiste num pequeno pulo, seguido por cruzamento das pernas, com balanços alternados do corpo para os lados; 3º passo, costas com costas - os dois cordões colocam-se de costas um para o outro e, em seguida, se ajoelham; 4º passo, os figurantes sapateiam na primeira parte da cantiga, depois executam evoluções sincrônicas de volta completa para um lado e a seguir para o outro. Esta figura é seguida por ligeiros e também sincrônicos movimentos em que ora apoiam nas pontas dos pés, ora nos calcanhares, finalizando com quatro rápidos tropéis; 5º passo, o dançarino faz pião com o calcanhar esquerdo e de uma volta rápida para o mesmo lado. Em seguida, apoiando-se sobre o outro calcanhar, gira inversamente, imitando o movimento de um corrupio; 6º passo, os dançarinos cruzam as pernas, ora a direita à frente da esquerda, ora esta última à frente da direita, enquanto os pés se movimentam; 7º passo, idêntico ao passo anterior, executado, porém, não de modo lento e compassado mas com movimentos rápidos e quase pulados; 8º passo, consiste de sapateados, apresentando muitas variantes com diferentes nomes, dos quais podemos citar os seguintes: a) passo 40 ou marcha três tropéis, batidos sem os dançarinos saírem de seus lugares; b) três tropéis, batidos como antes, porém sendo três para a frente e três para trás; c) quatro tropéis para frente e quatro para trás, de acordo com o ritmo; 9º passo, é a dança mais comum e consiste em dois passos dirigidos para um lado e um pouco para a frente, e dois outros dirigidos para o lado contrário e um pouco para trás, com requebros do corpo para os lados aonde se dirigem os passos. O corpo vai virando continuamente, de modo que os figurantes volteiam em movimentos independentes.
2º passo (da máquila): é um passo também exibido nos guerreiros e caboclinhos. Sua execução é muito bonita e consiste num pequeno pulo, seguido por cruzamento das pernas, com balanços alternados do corpo para os lados; 3º passo, costas com costas - os dois cordões colocam-se de costas um para o outro e, em seguida, se ajoelham; 4º passo, os figurantes sapateiam na primeira parte da cantiga, depois executam evoluções sincrônicas de volta completa para um lado e a seguir para o outro. Esta figura é seguida por ligeiros e também sincrônicos movimentos em que ora apoiam nas pontas dos pés, ora nos calcanhares, finalizando com quatro rápidos tropéis; 5º passo, o dançarino faz pião com o calcanhar esquerdo e de uma volta rápida para o mesmo lado. Em seguida, apoiando-se sobre o outro calcanhar, gira inversamente, imitando o movimento de um corrupio; 6º passo, os dançarinos cruzam as pernas, ora a direita à frente da esquerda, ora esta última à frente da direita, enquanto os pés se movimentam; 7º passo, idêntico ao passo anterior, executado, porém, não de modo lento e compassado mas com movimentos rápidos e quase pulados; 8º passo, consiste de sapateados, apresentando muitas variantes com diferentes nomes, dos quais podemos citar os seguintes: a) passo 40 ou marcha três tropéis, batidos sem os dançarinos saírem de seus lugares; b) três tropéis, batidos como antes, porém sendo três para a frente e três para trás; c) quatro tropéis para frente e quatro para trás, de acordo com o ritmo; 9º passo, é a dança mais comum e consiste em dois passos dirigidos para um lado e um pouco para a frente, e dois outros dirigidos para o lado contrário e um pouco para trás, com requebros do corpo para os lados aonde se dirigem os passos. O corpo vai virando continuamente, de modo que os figurantes volteiam em movimentos independentes.
A Guerra: O mestre apita e o primeiro embaixador atende. Cruza espadas e inicia embaixadas de guerra, primeiro com o mestre, depois com o rei. Quando chega a vez do segundo embaixador, as embaixadas já se tornam cansativas, repetindo-se as batidas de espadas. Por fim, todos os figurantes, inclusive o rei e o mestre se empenham na luta e o combate se torna geral.
As sortes: Todos os figurantes, até o próprio rei, atiram seus lenços aos donos da casa e à assistência. Estes os devolvem com dinheiro dentro. Recolhidas as sortes, o mestre apita e as filas de dançarinos se afastam para os lados. Então começam os entremeios. Estes são composições teatrais, jocosas, burlescas, como o bumba-meu-boi, o cavalo-marinho, etc.
Encerrados os entremeios, voltam as danças e cantorias de peças, sucedem-se as embaixadas até que sejam apresentados novos entremeios. Note-se, de passagem, que os personagens dos entremeios não tomam parte nas danças das embaixadas.
São os entremeios que dão maior brilho a esta dança dramática e são tão apreciados que alguns são apresentados mesmo fora de sua época como, por exemplo, (o famoso bumba-meu-boi, o boi simboliza o do presépio) que, inicialmente, era o principal entremeio do reisado e é levado agora também nas Festas Juninas.
Muitos destes entremeios, deliciosos quadros independentes, revelam um espirito chistoso, outros se inspiram em motivos míticos ou totêmicos, como o Zabelê.
Folharal: Nesta dança, o personagem oculta a cabeça sob uma cabaça donde pendem longas folhas de samambaia, traja um camisolão coberto de folhas e capim. Aumenta seu fantástico aspecto quando os longos cabelos de samambaia esvoaçam nos continues rodopios dados pelo bailarino.
Zabelê: O dançarino, disfarçado num saco pintado, usando máscara com bico, dança e assobia, imitando o pássaro jacu.
Curiabá: O dançarino imita o macaco, se coça dançando e faz mil trejeitos engraçados.
Sapo Cururu: Agachado no chão, o dançarino coaxa e dá estranhos pulos.
Alma, Diabo e Miguel: É um entremeio que deixa a assistência suspensa e trêmula de medo. A alma, envolta em lençol branco, desfiando um rosário, gemendo, aparece. Foge do Diabo que, todo vestido de vermelho com rabo e garras afiadas, a persegue. Agarra-a mas quando já a arrasta para o inferno, interpõe-se no seu caminho o anjo São Miguel, geralmente representado por uma moça, de asas brancas e espada em riste. Trava-se uma luta entre ele e o Diabo que é vencido. Há um forte estouro de pólvora na sala e o Diabo aproveita a oportunidade para desaparecer da cena. Suspiros de alívio na assistência.
Entre inúmeros outros, podem-se ainda citar o Lobisomem, o Matuto e o Fantasma, o Capitão de Campo, o Pescador e a Sereia.
E assim, os artistas que representam os entremeios aproveitam cada embaixada para correrem aos baús por eles trazidos no cortejo, de onde tiram febrilmente suas fantasias inesgotáveis.
Data de registro: meados do século XX (~1950)
Textos extraídos de Terra Brasileira - www.terrabrasileira.net
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