Conheça o Parque Nacional do Cabo Orange
10032007O Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO) é uma unidade de conservação criada pelo governo federal no dia 15 de julho de 1980 para preservar uma variedade de ecossistemas localizados na foz do rio Oiapoque e na costa norte do Brasil, no estado do Amapá.
Seus 619 mil hectares protegem paisagens moldadas pelo contato dos ecossistemas amazônicos com as correntes do Oceano Atlântico. São mangues, campos inundáveis, campos limpos entrecortados por buritizais, cerrados, florestas inundáveis (também chamadas várzeas), florestas de terra firme, além de ecossistemas marinhos. É, ao mesmo tempo, um parque continental e um parque marinho, já que aproximadamente 200 mil hectares de sua área estão em águas oceânicas.
Situado junto à foz dos rios Oiapoque e Uaçá, o PNCO abrange terras dos municípios de Calçoene e Oiapoque. Foi a primeira unidade de conservação federal criada no Amapá, estado que tem hoje 55% de seu território protegido por parques, reservas e terras indígenas. O parque do Cabo Orange tem como limites a Guiana Francesa, ao norte; as terras indígenas Uaçá e Juminã e, num pequeno trecho, o Projeto de Assentamento de Vila Velha, a oeste, e o Oceano Atlântico, a leste.
Para além do Oiapoque, no Amapá, está uma região tão selvagem quanto ameaçada. A região foi alvo de disputa entre portugueses e franceses por mais de dois séculos.
Situado no estado do Amapá, região Norte, nos municípios de Calçoene e Oiapoque, o Parque Nacional do Cabo Orange não é muito indicado ao turista tradicional. Para chegar-se ao local, além de autorização do Ibama, são cruzados 590 km, a maior parte em estrada de terra, até a cidade de Oiapoque. A partir daí pega-se um barco por longas horas, correndo o risco de passar por marés perigosas no percurso.
Foi criado pelo Decreto nº 84.913 de 15.07.1980. Antes da criação do parque já existia uma reserva indígena que o limitava, o que favoreceu a sua proteção.
Para visitar esta área é necessário uma autorização expedida pela diretoria do Parque. A melhor época para visitação desta unidade é de agosto a novembro. O Parque pertence à unidade de relevo Planície Fluvio-Marinha Macapá-Oiapoque, que se constitui de áreas planas, na faixa de terrenos quaternários, formados por sedimentos argilosos, siltosos e arenosos de origem mista, fluvial e marinha.
O Parque protege uma grande extensão de mangue (uma faixa marítima a 10 Km de largura da costa) e ecossistemas terrestres, além de favorecer a educação ambiental e a pesquisa. As espécies mais significativas do mangue são a siriúba (Avicenia nitida), o mangue-vermelho (Rhizophora mangue) e o mangue-amarelo (Laguncularia sp.). Já os campos da planície do Amapá têm a cobertura vegetal abundante de gramíneas ciperáceas. São encontrados o buriti (Mauritha flexuosa), mururés (Eichornia sp.), canaranas (Echinoa sp.) e o capim-arroz. A fauna apresenta-se bastante rica e diversificada, ocorrendo várias espécies de tartaruga, o peixe-boi (Trichechus inunguis), bem como a avifauna,que merece destaque por ser o litoral amapaense o último reduto de várias espécies outrora encontradas em todo o litoral brasileiro, entre elas o guará (Eudocimus ruber) e o flamingo (Phoenicopterus ruber).
Os habitantes da vila, isolados do mundo pela complicada geografia local, vivem de pequenas roças de banana e mandioca, além da pesca de tucunarés e piranhas. Os ovos de tracajá, uma tartaruga amazônica que prolifera-se na região, têm um alto valor nutritivo e complementam a alimentação. O Ibama pretende alocar os 100 moradores da vila no trabalho de guardiões da natureza, evitando assim os incêndios, desmatamentos, invasões e a caça e a pesca predatórias.
O cenário de Cabo Orange é bastante exótico. Além de observar a vegetação e os animais, é interessante conhecer um pouco da vida simples e difícil dos poucos moradores da Vila de Tapereba. Eles vivem da pesca nos rios e no mar ou trabalham nas fazendas de búfalos, alimentando-se também dos ovos de tracajá,uma pequena tartaruga amazônica. Para chegar em alto mar é preciso enfrentar uma maresia feroz. Na região do parque, os rios têm a água salobra. Por isso os moradores enfrentam uma jornada difícil até o Lago Maruani, onde buscam água doce. Próximo dele está a reserva indígena de Uaçá.
Em Macapá, fora do parque, existem várias atrações como museus, construções históricas e um antigo quilombo com a cultura preservada, que se encontra na Vila de Curiaú, entre outras.
O Parque Nacional do Cabo Orange não possui infra-estrutura alguma. As cidades de Oiapoque e Calçone possuem apenas hotéis de emergência. Infra-estrutura mesmo só em Macapá, que fica a mais de 450km do parque.tuem essa unidade de conservação foram habitadas por várias populações indígenas e, posteriormente, disputadas ao longo de séculos por portugueses, franceses, ingleses e holandeses. Os registros materiais e culturais da história dessa região estão presentes em vários pontos do parque nacional. O próprio nome Cabo Orange, emprestado do acidente geográfico que marca o extremo norte do litoral brasileiro, vem de uma homenagem feita por um holandês à realeza de seu país, que tem a cor laranja como uma marca nacional.
A fauna e a flora do Cabo Orange
Por estar de frente para o Oceano Atlântico, o PNCO protege 200 quilômetros de um dos mais importantes e frágeis ecossistemas existentes, os manguezais, que funcionam como “berçários” para diversas espécies de crustáceos e peixes. Seu excelente estado de conservação garante abrigo seguro e alimentos abundantes para a reprodução de muitas espécies de aves migratórias, répteis e mamíferos, muitos dos quais ameaçados de extinção em outras partes da Amazônia e do Brasil por causa da destruição de seus ambientes naturais.
É o caso de aves como o guará (Endocimus ruber), colhereiro (Platalea ajaja Linnaeus) e o flamingo (Phoenicopterus ruber), da tartaruga-verde (Chelonia mydas), da tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) e de mamíferos como o peixe-boi marinho (Trichechus manatus), o peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis), a onça pintada (Panthera onca), a suçuarana (Puma concolor) e o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarcticus). Por isso, o Parque Nacional do Cabo Orange tem como um de seus maiores atrativos a observação de animais, especialmente de aves.
Parque Nacional do Cabo Orange
Após 25 anos de existência oficial, o Parque Nacional do Cabo Orange começou, em 2005, a elaborar seu plano de manejo.
Por constar da lista de unidades de conservação beneficiadas pelo Arpa, o parque está recebendo equipamentos para aprimorar sua administração. Ela é executada por uma equipe do Ibama, com o apoio de brigadistas temporários, mobilizados para a prevenção e o enfrentamento de eventuais incêndios que ocorrem durante a estação seca.
A parceria do WWF-Brasil com a administração do parque abrange novos estudos para embasar o plano de manejo, com a realização de sobrevôos e de expedições científicas para coleta de dados sobre fauna, flora, geologia e geomorfologia. Um levantamento recente constatou que apenas 7% dos entrevistados tinham conhecimento da existência dessa área protegida – por isso, o WWF-Brasil apóia também a divulgação de informações para os moradores da região.
Características
O Parque foi criado com a finalidade de proteger os frágeis ecossistemas marinhos, costeiros e estuarinos que predominam na região. Seu perímetro de 590 km² acolhe manguezais, que funcionam como “berçários” para diversas espécies de peixes; restingas; campos inundáveis e uma faixa de cerrados e florestas.
O guará (Endocimus ruber) e o flamingo (Phoenicopterus ruber) são exemplos de espécies que, encontradas de forma abundante em outras partes do litoral brasileiro no passado, hoje estão presentes apenas no litoral amapaense. Também ocorrem na região o peixe-boi marinho (Trichechus manatus) e o peixe-boi amazônico (Trichechus inunguis), duas espécies ameaçadas de tartarugas marinhas (Chelonia mydas e Dermochelys coriacea), além de muitas espécies migratórias que buscam no parque refúgio para realizar a desova.
Há registros também de grande variedade de mamíferos ameaçados em outras partes do país, como a onça pintada (Panthera onca), a suçuarana (Puma concolor), a anta (Tapirus terristris), o veado-campeiro (Ozotocerus bezoarcticus) e o macaco guariba (Alouatta sp).
Com flora igualmente diversificada, o parque registra ainda plantas menores como a siriúba (Avecennia nitida), o periquiteiro (Cochlospermum insigne), o buriti (Mauritia flexuosa), a andiroba (Carapa guianensis), o açaí (Euterpe oleracea), bem como árvores de grande porte, como maçaranduba (Manilkara huberi), acariquaras (Minquartia guianensis) e quarubas (Qualea sp ).
Data de criação
Criado pelo Decreto no. 84.913, de 15 de julho de 1980
Área – 619 mil hectares
Área – 619 mil hectares
Localização
Abrange os municípios de Calçoene e Oiapoque, tendo como limites a Guiana Francesa, ao norte; as terras indígenas Uaçá e Juminã e, num pequeno trecho, o Projeto de Assentamento de Vila Velha, administrado pelo Incra, a oeste, e o Oceano Atlântico, a leste. Trata-se de uma região que, por sua posição geográfica, junto à foz do rio Oiapoque, foi objeto de disputas históricas com ingleses, franceses e holandeses.
Principais ameaças
- pesca clandestina com finalidades comerciais, realizada nas águas oceânicas
- caça
- roubo de espécies
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