Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

LIVROS E AUTORES CLÁSSICOS: Luis da Câmara Cascudo, grande folclorista brasileiro.


Hoje se celebra e relembra o aniversário do grande folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo, nascido em 1898, em Natal, Rio Grande do Norte. Cascudo produziu valioso acervo cultural, livros do mais elevado interesse e alcance nas áreas da Sociologia, História, Geografia, Folclore, Poesia, Etnografia e Antropologia, além de exemplo de humanidade, amor ao país e ao povo brasileiro.

Camara Cascudo foi um  intelectual, um pesquisador e um cientista  “amorosa e organicamente ligado ao seu país, à sua província e ao seu povo”, construiu uma obra que, hoje universalmente conhecida, “é indispensável, em todos os seus aspectos, para todos aqueles, brasileiros e estrangeiros, que desejam conhecer o Brasil nas suas origens e na sua diversidade”, declarou  o professor Fernando de Mello Freyre, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, na abertura do seminário Cem anos de Câmara Cascudo, em 1998.

Para Gilberto Freyre,  autor de Casa Grande e Senzala, Luís da Câmara Cascudo deu aos estudos folclóricos no Brasil o máximo de “dignidade intelectual”, fazendo deles estudos sistemáticos de Antropologia Cultural, História Social e Sociologia da História, desenvolvendo, nessas áreas, pesquisas de arquivo e de campo, visitando países, principalmente a África e Portugal, para melhor entender o folclore e as raízes dessas culturas, no que se refere ao Brasil. Voltando-se para os mitos e as crendices, realizou, “como mestre insigne na matéria, um esforço individual tão vasto que parece não ser o de um homem só, mas o de vários”.


Gilberto Freyre e Câmara Cascudo
No passado, Câmara Cascudo recebeu do amigo Gilberto Freyre, na sua casa de Natal, com seus livros, sua rede e seu charuto, a medalha Massangana, da Fundação Joaquim Nabuco – por tudo o que Cascudo havia feito como cidadão brasileiro, particularmente do Rio Grande do Norte, e como sábio, com sua produção científica, seus escritos.

"Quando eu viajar, mais cedo ou mais tarde, a Universidade vai acabar comprando dos meus herdeiros a minha biblioteca. Ninguém é tão burro para dispensar livros tão incríveis." (frase de Câmara Cascudo)

Para saber mais sobre Câmara Cascudo e seu legado, acesse  http://memoriaviva.com.br/cascudo/index2.htm.

Boa leitura galera!!!

Jonas Banhos



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