Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

domingo, 23 de dezembro de 2012

“Projeto Mestre Abdias e a Tecelagem do Pano da Costa”

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O “Projeto Mestre Abdias e a Tecelagem do Pano da Costa” elaborado no ano de 1984 pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, foi inspirado nos princípios básicos da documentação, divulgação, preservação e produção dos bens tangíveis e intangíveis.
Baseando-se nos princípios supracitados, ainda no ano de 1984, foi instalado no Terreiro de Candomblé Ilê Axé Opô Afonjá – localizado no bairro de São Gonçalo do Retiro, em Salvador – o primeiro curso dedicado ao Pano da Costa, sob
a coordenação de Mestre Abdias do Sacramento Nobre, auxiliado pela sua filha Maria de Lourdes Nobre (Lourdinha), ambos funcionários do IPAC, na época, detentores do conhecimento na elaboração do Pano da Costa.
Após a elaboração das diretrizes do projeto, algumas estratégias básicas foram delineadas para que seus objetivos fossem alcançados. Inicialmente, promover um curso sobre a tecelagem. Em seguida, documentar todo o processo da técnica artesanal da tecelagem, através de fotografias e gravação de todas as fases
do curso ministrado pelos dois artesãos. Reunir dados sobre o Pano da Costa, identificando a relação existente entre este e o Candomblé, dados bibliográficos e informações sobre Mestre Abdias, através de artigos, recortes de jornais, revistas e depoimentos, de modo a reconstruir a sua vida e, finalmente, divulgar os trabalhos mais representativos, bem como o produto da pesquisa desenvolvida durante o processo do curso, através de uma exposição didática itinerante.
No segundo semestre de 1986, foi realizado o curso no Ilê Axé Opô Afonjá, com a participação efetiva de 18 pessoas vinculadas ao Terreiro, quando todo o curso foi documentado através de fotografias e várias gravações.

No ano seguinte, foi montada a exposição Pano da Costa, realizada no Museu Abelardo Rodrigues, quando a coordenação de pesquisa do IPAC participou diretamente com duas contribuições: texto explicativo sobre a importância histórica do Pano da Costa e um trabalho ilustrativo mostrando um tear com todas as suas
partes de funcionamento.
Neste mesmo ano, o IPAC produz um texto intitulado A Presença do Pano da Costa na Bahia, com a participação do sociólogo Jorge da Silva Maurício, da designer Goya Lopes e da artesã Maria de Lourdes Nobre – sendo as duas últimas responsáveis pelo trabalho ilustrativo e de elaboração do texto dedicado ao Pano da Costa em todas as suas fases de criação.
Além do trabalho técnico minunciosamente ilustrado, esse texto apresenta um capítulo dedicado ao curso ministrado no Terreiro por Mestre Abdias e sua filha.

Em 2009, o IPAC volta ao tema Pano da Costa, visando uma publicação especial oferecendo ao público um trabalho mais amplo, revendo e acrescentando novos capítulos em relação ao texto anteriormente elaborado, dando um novo formato, porém mantém
na sua originalidade o texto em que a técnica de elaboração do Pano da Costa é descrita por Maria de Lourdes, com ilustrações feitas por Goya Lopes, contribuindo para a manutenção e atualidade de uma sabedoria secular e tão bem representada pelo
Mestre Abdias do Sacramento Nobre.
Finalizando, vale salientar a importância e preocupação do IPAC na publicação deste trabalho, tão rico em detalhes, com novas pesquisas sobre o tema, em defesa da preservação dos bens tangíveis e intangíveis presentes no Brasil. A publicação é enriquecida quando mostra dois Terreiros de Candomblé, o Ilê Axé Opô Afonjá e o São Jorge Filho da Goméia, oferecendo regularmente oficinas dedicadas à criação do Pano da Costa.

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