Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cordel e ciência – a ciência em versos populares


Cordel e ciência – a ciência em versos populares












Cordel e ciência – a ciência em versos populares
Organizadores: Ildeu de Castro Moreira, Luisa Massarani e Carla Almeida
Editora Vieira & Lent
256p. R$ 23,00













 
 
Cordel e ciência é uma coletânea de 22 folhetos escritos por cinco nordestinos que elegeram como mote questões e fatos relacionados à ciência. Estes versos populares oferecem uma leitura prazerosa sobre relatos de descobertas científicas, questões relacionadas à saúde (dengue, vacinação, transplante, diabetes), ao meio ambiente (fauna e flora), episódios da vida de cientistas (Newton, Einstein, Sabin, Santos Dumont, Oswaldo Cruz, Galileu, Hipócrates, Arquimedes e Kepler) e descrições de acontecimentos astronômicos (a conquista da Lua, o cometa Halley e outras).
O livro mostra que grandes nomes da literatura de cordel têm aberto espaço para discutir a ciência em seus folhetos. Alguns deles, como Gonçalo Ferreira da Silva, que é presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, vêm se dedicando nos últimos anos a escrever biografias de cientistas e filósofos que marcaram a história da ciência e do pensamento humano. Já Manoel Monteiro assumiu a tarefa de informar e alertar seus leitores sobre temas relacionados à saúde. Outros cordelistas usaram também a criatividade para explorar temas importantes relacionados à ciência e à saúde, como Raimundo Santa Helena, Eugênio Dantas de Medeiros e Edmilson Santini.
O objetivo do livro é, além de proporcionar maior alcance ao trabalho imaginativo desses poetas, sugerir que o cordel e outras formas de expressão populares podem ser tomados como interessantes pontos de partida para se analisar determinados aspectos da relação entre ciência e sociedade e que podem mesmo ser utilizados como um instrumento adicional de divulgação científica, especialmente junto aos setores populares. Os organizadores da coletânea - Ildeu de Castro Moreira (do Instituto de Física da UFRJ), Luisa Massarani e Carla Almeida (ambas do Museu da Vida da Fiocruz) - esperam que esta ferramenta poética estimule a reflexão e o uso mais amplo de formas alternativas de popularização da ciência. O livro, publicado pela editora Vieira & Lent, será lançado nesta segunda-feira (12/12), a partir das 19h, no Museu da República (Rua do Catete 153), no Rio de Janeiro.

Os cordelistas
Os autores que participam de Cordel e ciência são cinco: Edmilson Santini, pernambucano, nasceu em 1955. Mora no Rio de Janeiro e se dedica ao teatro em cordel; Eugênio Dantas de Medeiros nasceu em 1939, no Rio Grande do Norte. É formado em filosofia e pedagogia. Ocupa a cadeira número 10 da Academia dos Cordelistas do Crato; Gonçalo Ferreira da Silva nasceu em 1937, no Ceará. Vive no Rio e é presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC); Manoel Monteiro, pernambucano, nasceu 1937. É um dos mais importantes cordelistas brasileiros em atividade; Raimundo Santa Helena nasceu no Ceará, em 1926. Tem cerca de 300 títulos em circulação. Foi criador da Feira de São Cristóvão.




http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?from_info_index=181&infoid=21&sid=10

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