Domingo de Circo
Toda tua chegada nessa radiosa manhã de domingo embandeirada de infância. Solene e festivo circo armado no terreno baldio do meu coração.
As piruetas do palhaço são malabaristas alegrias na vertigem de não saber o que faço.
Rugem feras em meu sangue; cortam-me espadas de fogo.
Motos loucas de globo da morte, rufar de tambores nas entranhas, anúncio espanholado de espetáculo, fazem de tua chegada minha sorte.
Domingo redondo aberto picadeiro, ensolarado por tão forte ardor, me refunde queima alucina:
olhos vendados,
sem rede sobre o chão,
atiro-me do trapézio
em teu amor.
Do livro A Arte de Semear Estrelas, de Frei Betto.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ler é o melhor remédio

Para que os pequenos leiam é preciso que se crie o hábito. Esse é seu papel de educador. Além disso, você pode ajudar os pais a levarem para casa a prática da leitura para que seus filhos se tornem bons leitores e futuros produtores de texto.
Uma pesquisa da Reading is Fundamental (RIF), empresa ligada à loja de departamentos norte-americana Macy’s, mostrou que, dentre mil pais ouvidos, apenas 33% afirmaram ler histórias para os filhos antes de dormir. Já para50%, as crianças preferem mesmo é ficar na frente da TV, brincar no tablet ou com o videogame.
Uma pena, porque ler para os pequenos ajuda muito a desenvolver habilidades que são superimportantes. E a prática de ouvir histórias deve começar desde o feto.
Há crianças, de um ou dois anos, que acostumadas a ouvir o que os cuidadores e pais contam acabam fazendo associações do que escutam com a realidade. Por exemplo, elas são capazes de reconhecer o gato que anda no muro porque ouviram falar do Gato de Botas e puderam apreciar a sua imagem em um livro infantil. A contação de histórias faz, dentre outras coisas, a criatividade dos pequenos ficar mais aguçada. Passam a expressar-se melhor, a desenhar mais, a compartilhar muitas ideias. Ou seja, ouvir histórias, desde pequeno, estimula a imaginação, a curiosidade e o desenvolvimento da linguagem, tanto escrita como oral.
Outro bem que as histórias trazem às crianças é a ampliação das conexões cerebrais que despertam hormônios do prazer e do relaxamento, levando a uma quase meditação. Como assim? Preste atenção nos olhos, no semblante de uma criança enquanto você está contando uma história para ela. As expressões provavelmente vão se intercalar entre a de admiração, a de medo, a de surpresa e a de excitação.
Essas reações estão ligadas às descobertas internas que vão fazendo, de suas emoções. Por meio das histórias, as crianças aprendem mais de si mesmas.
Uma dica legal para você compartilhar com os pais é que, quando os bebês ainda não falam, as histórias podem ser mais curtinhas e leves, para que respeitem a capacidade de entendimento dos pequenos. Depois, a própria criança vai solicitar novos enredos, com mais emoção e “adrenalina”, ou seja, com a presença de personagens do bem e do mal, como monstros, fadas e bruxas.
Saber escolher os livros mais legais a cada faixa etária também é importante. No espaço da creche ou da escolaos momentos na biblioteca precisam ser garantidos para que meninos e meninas manuseiem livremente as publicações e, aos poucos, apropriem-se de informações para o letramento.
A seguir, cinco passos para ajudá-lo a contar histórias e manter a criançada ligada no seu enredo.
1. Escolha histórias que têm tudo a ver com a faixa etária dos pequenos e com a realidade em que vivem.
2. Antes de começar a contação, leia a história sozinho, observando cada passagem, as características dos personagens, os sentimentos e as emoções que eles querem passar.
3. É legal criar um clima, um cenário para esse momento. Se é uma história de fadas, por que não pedir aos pequenos que desenhem castelos, florestas e afins para decorar o ambiente antes da contação?
4. Assuma cada personagem e dê ritmo à história. Se a bruxa está brava e quer fazer maldades, fale firme, use a voz rouca, faça gestos (mas sem exageros) que mostrem o momento tenso da narrativa, por exemplo.
5. Nada de “próximos capítulos”. A meninada, especialmente nessa fase, precisa de começo, meio e fim. Por isso, conte a história inteira. Depois, vale ouvir a opinião das crianças sobre o que ouviram e deixar que recriem o final ou encontrem novas saídas para os conflitos vividos pelos personagens.
Agora que está tudo pronto, é só reunir a turminha. Aproveite para conhecer melhor as crianças, suas reações e ajudá-las a entenderem mais sobre si mesmas e sobre o que as cerca.


http://www.desenvolvimento-infantil.blog.br/ler-e-o-melhor-remedio/

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